Quem algum dia tenha assistido a um único episódio de uma das melhores séries de tevê dos anos 80, Águia de Fogo (Airwolf), e não confesse que tenha se arrepiado ao som dos sintetizadores da música de abertura do compositor húngaro Sylvester Levay, sempre repetida quando o arsenal de combate aéreo entrava em ação, não estará falando a verdade. Águia de Fogo foi, sem dúvida, deixando a perigosa ideologia política de lado, uma das mais fantásticas criações da televisão mundial, que deve ser creditada ao criador dela, Donald Bellisario e ao lindíssimo helicóptero supersônico, a vedete da produção.
A SÉRIE
Na década de 80, auge da Guerra Fria, os telespectadores ficavam ansiosos, esperando um portentoso helicóptero de combate cinza metálico repentinamente surgir na telinha ao som de sintetizadores frenéticos e grafismos na abertura da série. Águia de Fogo foi lançada no ano de 1984, era um drama misturado com ficção científica com um elenco muito competente. Jan-Michael Vincent, protagonista do piloto do helicóptero, fazia o papel de Stringfellow Hawke, um piloto excêntrico, de poucas palavras, tocava violoncelo e vivia numa cabana encravada numa propriedade belíssima nas montanhas, repleta de belezas naturais, que o possibilitava pescar num rio que a circundava. Hawke foi persuadido pelo Governo americano a sair de seu sossego para recapturar o helicóptero supersônico Águia de Fogo, levado criminosamente para a Líbia. Na série, ele consegue recapturá-lo, mas recusa-se a entregá-lo ao Governo americano como um trunfo, para que o Governo não deixe de envidar esforços no sentido de localizar o paradeiro do irmão, desaparecido em ação, no Vietnã. A autoridade por trás da organização denominada de ‘A Firma’ é Alex Cord, a personagem Miguel Arcanjo, sempre vestido de branco, é conduzido numa limusine branca e viaja num charter particular branco, ao lado da fiel secretária executiva Marella, interpretada pela atriz Deborah Pratt, casada na vida real com o criador da série, Donald Bellisario. Também integra o elenco o veterano Ernest Borgnine, amigo de Hawke, copiloto do helicóptero Águia de Fogo e proprietário de uma pequena empresa de táxi aéreo, a Santini Air, no ramo de locação e fotografias e filmagens aéreas, sempre em seu helicóptero branco, com listas nas cores vermelhas, como se fosse uma bandeira, na verdade a aeronave é um Bell 206 Jet Ranger, que também serve de transporte para que os protagonistas alcancem o ninho da águia, uma espécie de esconderijo no deserto, onde fica guardado o Águia de Fogo, preparado para mais uma missão de urgência a qualquer momento.
No segundo ano da série a atriz Jean Bruce Scott juntou-se ao elenco como a piloto de helicópteros Caitlin O’Shanessy.
Já na última temporada, onde o Águia de Fogo ganha mais aparatos dignos de produção de ficção científica, como uma arma laser disparada diretamente de seu bico, apareceu um elenco completamente diferente, justificado pela notícia de que Stringfellow Hawke e Dominic Santini haviam sido eliminados, tendo sido substituídos por Barry Van Dyke, como o irmão mais velho de Stringfellow Hawke, St. John Hawke e Michelle Scarabelli, a sobrinha de Dominic, Jo Santini.
Mas esse novo elenco não tinha o carisma do elenco anterior, nem mesmo a peculiar expressão e o olhar capturado do capacete e visor de Stringfellow Hawke, quando prestes a atacar um adversário a bordo do Águia de Fogo.
O HELICÓPTERO SUPERSÔNICO ÁGUIA DE FOGO
O Águia de Fogo foi um helicóptero conceitual que efetivamente existiu, pelo menos no que tange ao seu desenho original e às modernas linhas aerodinâmicas, alterado na série pelo gênio do design Andrew Probert, que também foi o responsável pela criação da insígnia do helicóptero, representada pela cabeça de um lobo raivoso de asas abertas que pareciam vestir por completo uma pele de cordeiro, trazendo a cabeça do cordeiro sobre sua fronte. O helicóptero real foi comercializado no mercado e produzido em série. Tratava-se da aeronave Bell 222A. Na televisão, alterado, obviamente, ele era um arsenal de combate aéreo, municiado com pelo menos uma dezena de diferentes sistemas de armamento e que podia voar na velocidade MACH 1, ou seja, na velocidade do som, chegando a atingir 1.249 km/h (na aeronáutica, foi criada, a partir da velocidade do som, a unidade de MACH, que tem um padrão de transformação fixo para m/s ou km/h, já que a velocidade do som, assim como a velocidade MACH, varia de acordo com a densidade do ar, dependendo da temperatura e da altitude do local).
O helicóptero supersônico era dotado de projéteis de descargas elétricas que atraiam mísseis e foguetes aéreos que tencionavam destruí-lo ou outros alvos, provocando a destruição de tais armas antes que atingissem o seu desiderato. A aeronave da série televisiva era blindada, à prova de balas e podia fazer inúmeras manobras ousadas, produzia som parecido com o do uivo de um lobo, quando configurada para o modo turbo silencioso e era carinhosamente chamada por Hawke e Santini de “A Senhora”.
Um dos episódios de maior destaque é o de nome “The Airwolf II” (“ O Águia de Fogo II”), também conhecido por Redwolf. Redwolf foi construído secretamente pela organização “A Firma” para substituir o Águia de Fogo, mas foi roubado e levado para longe do Governo pelo seu criador, o ambicioso Harlan Jenkins. O que os diferenciava era a barriga vermelha, mas também Redwolf era equipado com portentoso arsenal de combate aéreo e uma arma laser.
Ao término da série de tevê, o Águia de Fogo foi repintado com listas camufladas e vendido para a Companhia Aérea Hubschrauber-Sonder-Dienst, também conhecida como HSD Luftrettung and Blue Helicopter Alliance, tendo sido enviado para a Alemanha, onde passou a funcionar como uma unidade de evacuação médica, para transporte de feridos e combatentes, bem como para o resgate de pessoas em geral. Lamentavelmente, numa de suas viagens com transporte de ferido (queimado), numa tempestade ocorrida no dia 06 de junho de 1992, o helicóptero caiu e foi inteiramente destruído, matando os três passageiros que nele estavam.
Uma réplica tamanho real do Águia de Fogo foi feita para ser exibida no Museu do Helicóptero, no Tenessee, mas não foi um investimento muito bem sucedido, o que obrigou o museu a leiloá-lo no eBay . Esta réplica, segundo se sabe, está agora abrigada no Museu da Aviação, Sevierville, no próprio Tennessee.
AS MINIATURAS DO ÁGUIA DE FOGO
A Aoshima, fabricante japonesa, lançou no mercado pelo menos duas réplicas em die-cast do Águia de Fogo, perfeitas, licenciadas, na Escala 1/48, uma na cor cinza metálica (no ano de 2005) e a outra na cor preto (no ano de 2007).
Também a Hot Wheels japonesa, a Charawheels, lançou na escala 1:120, também em die-cast, uma miniatura licenciada do Águia de Fogo, em 2004.
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